Muitos
perguntam "como se faz um santo?". Em linguagem canônica, quais os
trâmites normais para se chegar à canonização. Aqui estão as principais fases
de uma causa de canonização:
O início
Antigamente somente o Papa podia iniciar uma causa de canonização, e isso era feito depois de um longo e trabalhoso caminho. Nenhum passo podia ser dado sem a devida permissão e orientação da Santa Sé. Hoje são os bispos que tem a autoridade para iniciar a causa, se a julgarem conveniente. Assim, em qualquer diocese do mundo, seu bispo pode dar início a uma causa de canonização.
O que permanece igual, tanto antigamente como hoje, após a reforma de 1983, é que a causa só pode ser iniciada se tiver sólido fundamento. Isso quer dizer que deve haver reais indícios de que a pessoa era santa.
Antigamente somente o Papa podia iniciar uma causa de canonização, e isso era feito depois de um longo e trabalhoso caminho. Nenhum passo podia ser dado sem a devida permissão e orientação da Santa Sé. Hoje são os bispos que tem a autoridade para iniciar a causa, se a julgarem conveniente. Assim, em qualquer diocese do mundo, seu bispo pode dar início a uma causa de canonização.
O que permanece igual, tanto antigamente como hoje, após a reforma de 1983, é que a causa só pode ser iniciada se tiver sólido fundamento. Isso quer dizer que deve haver reais indícios de que a pessoa era santa.
Servo de Deus
A partir do momento em que é iniciada uma causa de canonização, a pessoa recebe o título de Serva de Deus. Em setembro de 1965 foi introduzida oficialmente a causa de Madre Paulina, e ela passou a ser chamada Serva de Deus Madre Paulina. Em 31 de janeiro de 2003 foi iniciada causa de Frei Damião, e ele passou a ser chamado Servo de Deus Frei Damião. Todos os que tem a causa em andamento, já são chamados Servos de Deus. O que esse título quer dizer? Quer dizer que a Igreja assumiu oficialmente o julgamento da sua causa. Por isso, tal pessoa deve ser considerada com respeito por todos os fiéis.
A diferença entre causa e processo
A causa é o objetivo que nós queremos. Exemplo: a causa de canonização de Madre Paulina era para que fosse constatado que ela é uma santa, e pudesse ser declarada tal pelo Papa. Para esse objetivo foi iniciada a sua causa. Como foi conseguido esse objetivo? Através de um meio, que é o processo. Aliás, não apenas um, mas três processos.
Os 3 processos
Existem três processos diferentes em uma causa de canonização:
O primeiro é o processo das virtudes, ou martírio.
O segundo é o processo do milagre para a beatificação.
O terceiro é o processo do milagre para a canonização.
O processo das virtudes ou do martírio
Existem duas situações diferentes para se considerar alguém santo: ou porque essa pessoa foi mártir, ou porque ela viveu as virtudes em grau heróico. Assim, esse primeiro processo pode ser de dois tipos diferentes: um processo cujo objetivo é examinar as virtudes de alguém, e outro cujo objetivo é constatar se houve martírio. Para o caso das virtudes, quando esse processo se conclui, declara-se que essa pessoa viveu as Virtudes cristãs de forma heróica.
É feito o Decreto da Heroicidade das Virtudes, e a pessoa recebe o título de Venerável. Para o caso do martírio, quando esse processo se conclui, declara-se que essa pessoa foi realmente um mártir. É feito o Decreto Sobre o Martírio, e a pessoa recebe também o título de Venerável.
Veneráveis!
Na
verdade, receber o título de Venerável é a parte mais importante de uma causa
de canonização, a mais trabalhosa e exigente. É nesse processo que se estuda
minuciosamente, até a exaustão, toda a vida da pessoa, ou, no caso de martírio,
todas as circunstâncias do mesmo. Além da vida e das virtudes, analisa-se
também se essa pessoa tem realmente fama de santidade, o que é muito
importante, pois indica uma moção do Espírito Santo em torno dela.
Uma vez declarado Venerável, encerram-se as análises sobre seus escritos, ou as coisas que ele fez, ou sobre os seus trabalhos, a forma como viveu, os depoimentos das testemunhas, etc. Nada mais disso será investigado, pois não é mais questionado. Não é mais questionado porque já foi exaustivamente analisado. Não são mais motivo para dúvida. Página virada. Isso é muito importante! É uma altíssima distinção! O passo mais difícil já foi dado. Agora só faltam os milagres para que eles se tornem beatos ou santos, e o processo do milagre, em si, não tem nada a ver com a vida do servo de Deus. Definitivamente, são considerados exemplo para os fiéis.
O processo do milagre para a beatificação
É iniciado um novo processo, mas desta vez para se avaliar se ocorreu um milagre ou não a partir da invocação de um Servo de Deus. O processo vai analisar detalhadamente o caso clínico ocorrido, com uma minúcia extrema. Exemplo: Vamos supor que apareça alguém dizendo que recebeu uma grande graça depois de ter rezado a Frei Galvão. O seu caso vai ser investigado para ver se ocorreram duas coisas: primeiro, se foi milagre de verdade; segundo, se foi por intercessão de Frei Galvão realmente (poderia ter sido por intercessão de outro santo). Se ao final do processo tudo for comprovado positivamente, dá-se o Decreto sobre o Milagre e o Venerável Servo de Deus pode ser beatificado. Foi o que aconteceu com Frei Galvão em 1997. O papa anunciou então a sua beatificação, o que ocorreu em 1998. Ele se tornou Beato Frei Galvão. E em maio de 2007, santo canonizado, após comprovado o milagre para a canonização.
Uma vez declarado Venerável, encerram-se as análises sobre seus escritos, ou as coisas que ele fez, ou sobre os seus trabalhos, a forma como viveu, os depoimentos das testemunhas, etc. Nada mais disso será investigado, pois não é mais questionado. Não é mais questionado porque já foi exaustivamente analisado. Não são mais motivo para dúvida. Página virada. Isso é muito importante! É uma altíssima distinção! O passo mais difícil já foi dado. Agora só faltam os milagres para que eles se tornem beatos ou santos, e o processo do milagre, em si, não tem nada a ver com a vida do servo de Deus. Definitivamente, são considerados exemplo para os fiéis.
O processo do milagre para a beatificação
É iniciado um novo processo, mas desta vez para se avaliar se ocorreu um milagre ou não a partir da invocação de um Servo de Deus. O processo vai analisar detalhadamente o caso clínico ocorrido, com uma minúcia extrema. Exemplo: Vamos supor que apareça alguém dizendo que recebeu uma grande graça depois de ter rezado a Frei Galvão. O seu caso vai ser investigado para ver se ocorreram duas coisas: primeiro, se foi milagre de verdade; segundo, se foi por intercessão de Frei Galvão realmente (poderia ter sido por intercessão de outro santo). Se ao final do processo tudo for comprovado positivamente, dá-se o Decreto sobre o Milagre e o Venerável Servo de Deus pode ser beatificado. Foi o que aconteceu com Frei Galvão em 1997. O papa anunciou então a sua beatificação, o que ocorreu em 1998. Ele se tornou Beato Frei Galvão. E em maio de 2007, santo canonizado, após comprovado o milagre para a canonização.
Veneráveis
e Beatos Mártires
Aqui
ocorre um procedimento diferente: os mártires são dispensados do milagre para a
beatificação. Uma vez Veneráveis, já se espera a futura cerimônia onde serão
declarados Beatos. Foi o que ocorreu com os Veneráveis André de Soveral e
companheiros: depois do decreto sobre o martírio em dezembro de 1998, ocorreu a
sua beatificação em março de 2000.
O
processo do milagre para a canonização
Também há
um processo para se analisar um suposto milagre. O processo em si é feito
exatamente da mesma forma que o processo do milagre para a beatificação. Existe
apenas uma diferença: deve ser um milagre ocorrido após a beatificação. Exemplos:
Madre Paulina foi beatificada em outubro de 1991 e em junho de 1992 ocorria o
segundo milagre (a cura de Isa Bruna, em Rio Branco, AC). Esse milagre pode
então ser considerado válido para a canonização. Encerrado esse processo em
julho de 2001, ela foi declarada santa em maio de 2002.
O Beato Pe. José de Anchieta tem várias curas prodigiosas atribuídas a ele, mas não adianta serem analisadas como milagres pois ocorreram antes de 1980, data da sua beatificação. Deve-se aguardar o surgimento de novas graças, para que se aprove um milagre para a canonização.
O Beato Pe. José de Anchieta tem várias curas prodigiosas atribuídas a ele, mas não adianta serem analisadas como milagres pois ocorreram antes de 1980, data da sua beatificação. Deve-se aguardar o surgimento de novas graças, para que se aprove um milagre para a canonização.
Esquema
geral
"Servo
de Deus" é o primeiro título que a pessoa recebe, quando se introduz a sua
causa de canonização; o segundo título é o de "Venerável", quando o
processo conclui que a pessoa viveu as virtudes cristãs de forma heroica, ou
que sofreu realmente o martírio; o terceiro título é o de "Beato",
quando se comprova a existência de um milagre obtido pela sua intercessão
(através do processo do milagre); e o último e mais importante é o de "Santo",
quando um segundo milagre é aprovado.
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