Jesus

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A Origem do Natal

A data atual de 25 de dezembro aceita como a data do nascimento de Jesus, foi fixada em 440 d.C. Esta data foi fixada para cristianizar grandes festas pagãs realizadas neste dia: a festa "mitraica" (religião persa que rivalizava com o cristianismo nos primeiros séculos), que celebrava o "natalis invicti Solis" ("nascimento do vitorioso Sol") e várias outras festividades decorrentes do solstício do inverno, como os "saturnália" em Roma e os "cultos solares" entre os celtas e os germânicos.
A idéia central das missas de Natal revela claramente esta origem:as noites eram mais longas e frias, pelo que, em todos esses ritos, se ofereciam sacrifícios propiciatórios e se suplicava pelo retorno da luz.
A liturgia natalina retoma essa idéia e identifica Cristo com a verdadeira luz do mundo.
A Árvore de Natal é de origem germânica, datando do tempo de São Bonifácio que viveu no VI Século. Foi adotada para substituir os sacrifícios que eram feitos ao "Carvalho Sagrado de Odin" (uma árvore) quando adorava-se uma árvore, em homenagem ao Deus-menino.
Este carvalho sagrado de Odin, também conhecido como o carvalho sagrado de Tor, foi cortado por Bonifácio (missionário cristão), na cidade Germânica de Geismar na tentativa de acabar com este culto pagão.
Os pagãos que cultuavam ao carvalho, acreditavam que "Tor" um deus em quem eles criam, destruiria o missionário atrevido; porém, não foi isso que se viu, mas um vento forte começou a soprar e derrubou a árvore, e muitos destes adoradores do carvalho, se converteram ao cristianismo. Bonifácio, aproveitou então a madeira e com ela construiu um capela.
No Brasil, é a celebração que mais profundamente está enraizada no sentimento nacional sugerindo riquÍssImo material poético e folclórico, com base na religiosidade. Cognominada simplesmente, no interior brasileiro, de noite de festa, tendo seu ponto alto na "Missa do Galo" celebrada à meia-noite pelas Igrejas  Católicas.
Temos então dois fatos interessantes: Há controvérsia quanto a data do nascimento de Jesus em 25 de dezembro foi a data fixada, mas não se tem provas de que realmente foi neste dia que Jesus nasceu. Todo o mundo cristão aceita 25 de dezembro como a data do nascimento de Jesus.
Para o cristão não importa o dia que Jesus nasceu. Na verdade ele deve nascer todos os dias em nossos corações e nos corações dos milhares e milhares que se entregam a ele todos os dias, todos os anos.
A Árvore no entanto teve sua origem em uma festa pagã, contudo Bonifácio derrubou a árvore objeto da adoração e houve conversões. A árvore de Natal, foi introduzida na festividade do nascimento de Jesus pela tradição católica. A Igreja Católica era a única igreja cristã no mundo até o século XV quando surgiu o movimento reformista de Lutero, que culminou com o surgimento das igrejas protestantes.
No surgimento e crescimento do protestantismo, incorporou-se a Árvore de Natal da tradição católica para a igreja protestante.
A Árvore de Natal nunca foi, nem é objeto de adoração pelo cristianismo, apenas uma árvore cheia de luzes e uma estrela que nos lembra a estrela que guiou os pastores segundo a Bíblia quando do nascimento de Jesus.
A igreja evangélica em sua maioria nada tem contra a Árvore de Natal e os presépios etc. Se tivéssemos de questionar estes fatos teríamos de começar com o próprio dia de Natal.
A Árvore de Natal deve ser apenas uma árvore enfeitada de luzes e estrelas com o objetivo de lembrar-nos que Jesus nasceu. "...eis aqui vos trago boa nova de grande alegria que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lucas 2:10-11).
A alegria da vinda de Jesus deve ser o ponto forte das festividades de Natal. A alegria não deve estar no presente, nem na comida, nem na bebida, mas centrada no presente de Deus ao homem: Jesus.
As festividades de Natal deviam se consumar como o maior evento para  evangelização do mundo. Porque quase todos os povos reconhecem que Jesus Nasceu e por isso lhe rendem louvores. Não vamos ficar ausentes desta alegria que envolve o mundo, pelo fato de que no século VI um carvalho era adorado na Alemanha.
A Árvore de Natal portanto para a igreja cristã não é um ídolo e não é objeto de adoração.
Quanto a associação do culto a Baal e as festividades do Natal, devemos deixar claro que Baal era um deus que predominava entre os cananeus e moabitas, passando destes para o povo de Israel pelo casamento do Rei Acabe com Jezabel. O que tornou o culto fenício a Baal, a religião do Estado entre os israelitas, até que foi desarraigado no reinado de Jeú.
Em I Reis 18:20-40 temos por exemplo, o confronto entre Elias e os Profetas de Baal. Logo, desconhecemos qualquer ligação entre a árvore de natal e Baal.

Porquê a Igreja Católica batiza crianças?


A igreja Católica desde o começo, há quase 2000 anos, batiza crianças, vamos ver porque que ele faz isso. Vamos olhar outra vez a Bíblia.
Jesus fala assim, em Mateus capítulo 28, versículos 18 a 20: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Será que crianças também é gente? Será que criança faz parte do povo. O povo brasileiro é formado por 170 milhões de pessoas, e muitas são crianças. A ordem de Jesus é: “façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os”. A ordem de Jesus é para batizar a todos e não só os jovens e adultos.
Sim, crianças é gente e é por isso a gente cumpre a ordem de Jesus: batizai todos os povos, batizai a todos, batizai todas as nações. Por isso batizamos também crianças.
Jesus não fala para batizar só os jovens ou só os adultos. Ele manda batizar a todos os povos, todas as pessoas.
No começo da Igreja Católica, nas primeiras comunidades, em três passagens da Bíblia, vemos os Apóstolos batizando a família inteira: crianças, jovens e adultos. Vamos ver estas histórias do começo da Igreja:
Atos dos Apóstolos capítulo 16, versículos 30 a 34 “Então, Paulo e Silas anunciaram a Palavra do Senhor ao carcereiro e a todos de sua casa. A seguir foi batizado junto com todos os seus”. É o batismo de toda a família.
Atos dos Apóstolos capítulos 16, versículos 14 a 15 “ Lídia, vendedora de púrpura, foi batizada junto com toda sua família”; Batizou toda família.
São Paulo vai dizer na primeira carta aos Coríntios capítulo 1, versículo 16 “Batizei também a família de Estéfanas”. Batizou todas as pessoas da casa.
É por isso que a Igreja católica batiza crianças também.
Batiza também jovens e adultos. Quem ainda não é batizado, nós batizamos, porque Jesus mandou batizar a todos os povos.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

280 anos Redentoristas



A Nossa História

A Congregação do Santíssimo Redentor foi a resposta de Santo Afonso de Ligório ao chamado que ele ouviu de Jesus através dos pobres. No ano de 1730, Afonso estava exausto por causa dos seus trabalhos missionários. Seus médicos mandaram-no fazer repouso e respirar o ar puro das montanhas. Com alguns companheiros, ele foi para Scala, na costa amalfitana ao sul de Nápoles. No topo das montanhas ficava o Santuário de Nossa Senhora dos Montes, lugar ideal para descanso, lugar ideal para a contemplação perto da Mãe de Deus: montes, belo panorama e embaixo, o mar.
Mas Scala também significava pobreza. Naquelas montanhas viviam grupos de pastores que vieram ao encontro dos missionários, em busca do Evangelho, da Palavra da Vida. Afonso ficou surpreso com sua fome da Palavra de Deus e recordou o que disse o profeta: "Os pequeninos pedem pão, mas não há ninguém que lhes dê" (Lm 4,4). O primeiro biógrafo de Afonso escreveu que, ao deixar Scala, um pedaço do seu coração ficou com aqueles pastores e que ele chorava pensando como podia ajudá-los.

Em Nápoles, depois de muita oração e aconselhamento que o ajudassem a discernir claramente, chegou à conclusão de que devia voltar a Scala. Sim, havia pobreza em Nápoles também, mas lá havia muitos outros que poderiam ajudar os pobres a sair da sua marginalização dentro da sociedade. Em Scala os pobres estavam sós, sem ninguém para ajudá-los, totalmente abandonados. No tempo de Santo Afonso, pastores e camponeses eram o grupo mais oprimido da sociedade: "não eram considerados gente como as outras pessoas, eram os infelizes do mundo". Foi por causa do destino deles na vida que Santo Afonso escolheu ficar a seu lado, compartilhar com eles a sua vida e levar-lhes, com abundância, a Palavra de Deus.

No dia 9 de novembro de 1732, na sua amada Scala, Santo Afonso de Ligório fundou a Congregação do Santíssimo Redentor para seguir o exemplo do nosso Salvador Jesus Cristo anunciando a Boa Nova aos pobres. Tinha 36 anos de idade. Sua vida tornou-se uma missão e um serviço aos mais abandonados.

Os Missionários redentoristas dão continuidade ao carisma de Santo Afonso na Igreja e na sociedade: "Fortes na fé, alegres na esperança, ardentes na caridade, inflamados de zelo, humildes e sempre dados à oração, os Redentoristas, como homens apostólicos e genuínos discípulos de Santo Afonso, seguem o Cristo Redentor com o coração cheio de alegria, abnegados de si mesmos e sempre prontos a enfrentar o que é exigente e desafiador, participam do mistério de Cristo e o proclamam com simplicidade no viver e no falar, a fim de levar ao povo a Copiosa Redenção" (Constituições redentoristas, No. 20).

Os Redentoristas vivem em comunidades missionárias, sempre acolhedoras e orantes, como Maria de Nazaré. Mediante as missões, retiros, serviço paroquial, apostolado ecumênico, ministério da reconciliação e o ensino da teologia moral, proclamam o amor de Deus nosso Pai, que em Jesus "habitou entre nós", de modo a tornar-se imensa misericórdia e a Palavra de Deus que alimenta o coração humano e dá sentido à vida, vivendo tudo isto em plenitude e solidariedade com os outros. Como Santo Afonso, os Redentoristas fazem uma opção muito clara pelos pobres, afirmando a sua dignidade e grandeza perante Deus e acreditando que a Boa Nova de Nosso Senhor se destina especialmente a eles.

Os Redentoristas são aproximadamente 5.500; trabalham em 77 países de todos os 5 continentes, com o auxílio de homens e mulheres que colaboram na sua missão e formam com eles a Família redentorista. "Nossa Senhora do Perpétuo Socorro" é o ícone missionário da Congregação.

Além de Santo Afonso, outros três Redentoristas foram canonizados:  
São Geraldo Majela, São Clemente Hofbauer e São João Nepomuceno Neumann.
Nove Redentoristas foram beatificados: Gennaro Sarnelli, Pedro Donders, Gaspar Stanggassinger, Francisco Xavier Seelos, Domingos Metódio Trcka, Vasyl Velychkovskyi, Zynoviy Kovalyk, Mykolay Charnetskyi e Ivan Ziatyk.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Porque os padres não se casam?




Os escritores eclesiásticos da antiguidade cristã dão testemunho de que, desde os princípios da Igreja, tanto no Oriente quanto no Ocidente, muitos ministros sagrados abraçavam livremente o celibato.
Desde os inícios do século IV, a Igreja do Ocidente por meio das decisões de vários Concílios Provinciais - como no Concílio de Elvira, na Espanha, em 306 - e dos Sumos Pontífices, incentivou, difundiu e aprovou esta prática, que, cada vez mais, foi se tornando comum, até se tornar obrigatória para todo o clero de rito latino, ao ser sancionada pelos Concílios de Latrão em 1139 e Trento de (1545 a 1563).
Como se pode ver por este brevíssimo relato histórico, nem sempre os padres foram celibatários, e ainda hoje, nas Igrejas Orientais Católicas, os padres podem se casar. No entanto, nestas Igrejas Orientais, somente os sacerdotes celibatários são sagrados bispos, e nunca os sacerdotes podem contrair matrimônio depois da ordenação.
Com base nestas informações, pode-se concluir também que o celibato é uma lei eclesiástica. Foi a Igreja que a estabeleceu e a Igreja a pode revogar, se algum dia o considerar conveniente.
No entanto, a lei do celibato, longe de carecer de sentido, é carregada de significação. Ao escolher seus ministros dentre os homens vocacionados ao celibato, a Igreja lhes lembra que seu estado de vida tem uma tríplice significação. Vamos, ainda resumidamente, falar sobre cada uma delas:

1º Significado Cristológico do Celibato
O padre não se casa para se identificar mais intimamente com Cristo, que também não se casou. Além disso, Jesus prometeu uma superabundante recompensa a todos quantos abandonam casa, família, mulher e filhos pelo Reino de Deus (Cf Lc 18,29-30) e até recomendou, com palavras densas de mistério e de promessas, uma consagração mais perfeita ainda ao Reino dos Céus, com a virgindade, em consequência de um dom especial (Cf Mt 19,11-12). O celibato do padre é assim, um sinal eloquente do domínio do Reino de Deus sobre ele.

2º Significado Eclesiológico do Celibato
O padre não se casa para poder se dedicar, sem reservas e empecilhos, ao serviço do povo de Deus. A Igreja é a sua esposa, e como Cristo se entregou, inteiramente, por ela, assim também faz o padre, entregando-lhe tudo, inclusive seus afetos. O padre não se casa não é por falta de amor, nem por não saber amar, mas é para poder amar mais e amar a todos o tempo todo.

3º Significado Escatológico do Celibato
O padre não se casa para ser sinal profético daquela vida futura que todos esperamos alcançar. Naquela vida, diz Jesus, "os homens não terão mulheres, nem as mulheres não terão maridos, mas serão como anjos de Deus no céu" (Mt 22,30). No meio do mundo passageiro e transitório, o celibato dos padres se torna sinal daquela vida definitiva. Além disso, no meio de um mundo materialista, consumista e hedonista, o celibato dos padres se torna um grito profético que anuncia os verdadeiros valores que saciam o coração humano.
Concluindo, posso dizer que nós, celibatários por vocação, sentimo-nos as pessoas mais felizes da terra, porque nosso coração, livre de qualquer amarra, transborda de amor por Cristo e sua Igreja, nossa querida e amável esposa.

Dia de finados


Desde o século Iº, os cristãos rezam pelos falecidos. Visitavam os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio. No século IV, já encontramos a memória dos mortos na celebração da missa. Desde o século V, a igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava, até que no século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano pelos mortos.
A partir do século XIII, esse dia anual por todos os mortos passou a ser comemorado no dia 2 de Novembro, porque no dia 1º de Novembro se realiza a festa de todos os santos. O dia de todos os santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O dia de finados celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração do dia de todos os santos, devendo-se acender uma vela no cemitério para simbolizar a vida eterna do falecido.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Halloween é contrário à fé católica!




A Arquidiocese do México, em um artigo sobre a festa de Halloween no semanário "Desde la Fe", disse que "se procuramos ser fiéis à nossa fé e aos valores do Evangelho, teríamos que concluir que a atual festa do Hallowen não só não tem nada a ver com a celebração que deu origem, mas também é nociva e contrária à fé e a vida cristã". (acidigital.com – 29/10/2007). A Arquidiocese considera que o Halloween "rende honra a uma cultura da morte, que é produto da mescla de costumes pagãos" e o mais grave "é que a festividade foi se identificando com grupos neopagãos e celebrações satânicas e ocultistas".

No texto intitulado "Perguntas frequentes sobre o Halloween", o Arcebispado afirma que essa celebração dista muito do que devem celebrar os cristãos, por isso exortou aos fiéis a não celebrar o Halloween. Afirma ainda que em alguns países como México, Irlanda e Estados Unidos são realizadas, durante esta festa, missas negras, cultos esotéricos e outras reuniões relacionadas com o mal e o ocultismo".


O artigo também questiona o costume, principalmente entre crianças, de disfarçarem-se de bruxas, vampiros, fantasmas e monstros, e convida os pais a, no dia 1º de novembro, disfarçarem seus filhos de personagens bíblicos ou alguma pessoa que "saibam que foi boa e que, portanto, certamente estará no céu".


O Halloween é uma festa muito comum nos EUA e na Europa e é celebrada no dia 31 de Outubro, mas é de origem pagã. A comemoração veio dos antigos Celtas, um povo que habitava a Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia, Irlanda) há mais de 2 mil anos, vindos da Ásia. Os Celtas realizavam a colheita nessa época do ano e, segundo um antigo ritual de sua religião druida, os espíritos das pessoas mortas voltariam à Terra durante a noite, no último dia do ano, que para eles era o dia 31 de outubro. Os mortos queriam, entre outras coisas, alimentar-se e assustar as pessoas. Acreditavam também no aparecimento das bruxas, consideradas mulheres que tinham vida sexual com demônios e que faziam muito mal às pessoas, ao gado etc.


Com isso, os Celtas costumavam se vestir com máscaras assustadoras para afastar os espíritos e as bruxas. Esse episódio era conhecido como o “Samhaim”. Com o passar do tempo, os cristãos chegaram à Grã-Bretanha, converteram os Celtas, especialmente com o trabalho de São Patrício no século IV e São Columbano no século VI. Com isso,
a Igreja Católica transformou este ritual pagão em uma festa religiosa. Ela passou a ser celebrada nesta mesma época e, ao invés de honrar espíritos e forças ocultas, o povo recém catequizado deveria honrar os santos. Daí veio o “All Hallows Day”: o dia de Todos os Santos.

A tradição entre estes povos continuou e, além de celebrarem o dia de Todos os Santos, eles celebravam também a noite da véspera do dia de Todos os Santos com as máscaras assustadoras e com a comida. A noite era chamada de “ All Hallows Evening”, abreviando-se, veio o Halloween.


Vemos assim que a tradição de comemorar as bruxas ou outros espíritos não é cristã e deve ser evitada, ainda que tenha apenas uma conotação folclórica. Devemos, sim, celebrar o dia de todos os Santos.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ano da FÉ



Durante a trezena de São Sebastião anunciamos os grandes temas deste ano em nossa Arquidiocese. E um deles, sem dúvida, é o tema de toda a Igreja Católica: o Ano da Fé.

Sua Santidade, o Papa Bento XVI, decidiu proclamar um “Ano da Fé”. Começará no dia 11 de outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, e aniversário de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 24 de novembro de 2013. Nesse mesmo mês estaremos vivendo mais um Sínodo dos Bispos, cujo tema será sobre a Nova Evangelização.

Todos nós, os católicos, devemos participar desse ano com “todo seu coração, com toda sua alma e com todo seu entendimento”  (Mt 22,37). Mas qual é o sentido do Ano da Fé? A fé ainda tem espaço em nossa cultura secularizada? Em um mundo cheio de misérias, fome, guerras, onde Deus parece não ter lugar e nem vez, não seria uma alienação proclamar um Ano da Fé? Para que serve a fé?

Esses e outros interrogantes são propostos aos cristãos. Respondê-los se faz necessário para todos os que desejam viver sua fé com consciência, e não apenas como uma herança de seus pais e avós esquecida e guardada em um canto perdido da própria vida, e que não possui nenhuma incidência concreta no modo de viver, pensar, ser e relacionar-se.

O cristão diante dessa problemática não se cala e nem deve se calar. Devemos descobrir na oração os desígnios de Deus e dar respostas adequadas. Gostaria de convidá-los a percorrer comigo um itinerário que nos leve a descobrir o significado, importância e necessidade do Ano da Fé.

a. O Ano da Fé significa agradecer
O ser humano, em seu estado natural, possui inteligência e vontade com potencialidades infinitas. A beleza que surge das mãos dos homens é um reflexo da beleza que surge das mãos do Criador. No entanto, não quis Deus que o homem permanecesse apenas em seu estado natural e nos deu o dom da fé.

  O dom da fé e da graça eleva o homem ao estado sobrenatural, somos filhos de Deus (1Jo 3,1). Neste estado podemos dizer com São Paulo “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20). O estado sobrenatural não está em conflito com o estado natural. A graça não destrói a natureza, a supõe, eleva e aperfeiçoa.

A fé nos eleva a uma condição superior, mas não de superioridade. É na vivência profunda da fé que o homem se encontra completamente consigo mesmo e com o outro, e realiza plenamente a vocação a que foi chamado.

Cristo é nosso Senhor e nos convida a contemplar o mundo e seus irmãos com novos olhos. A fé, bem acolhida e cultivada, nos oferece uma lente que permite perceber a realidade com o coração de Deus. Por isto, o cristão não é indiferente aos assuntos do mundo. O sofrimento e a dor que assolam a humanidade devem ser sentidos, sofridos e compadecidos com maior intensidade por aqueles que se declaram apóstolos de Cristo. É com o amor de Deus que amamos o mundo.

A fé não é alienação, ao contrário, é trazer ao mundo um pouco do divino, é lapidar a beleza da criação muitas vezes escondida pela nuvem do pecado. A verdadeira alienação é não acolher, cultivar e promover o dom da fé. A busca de infinito que permeia o coração humano encontra nela seu porto seguro, pois somente através desse magnífico dom descobrimos quem realmente somos. Como dizia Santo Agostinho: “Fizeste-me para Ti, Senhor, e o meu coração inquieto está enquanto não descansa em Ti” (Confissões, l.1, n.1). Elevemos todos uma oração de agradecimento a Deus pelo dom da Fé que nos enriquece, fazendo-nos mais humanos e filhos de Deus.

b. No Ano da Fé é necessário dar razões
São Pedro, em sua epístola, nos convida a dar razões de nossa esperança. “Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito.” (1Pe. 3,15)

Não basta celebrar. A verdadeira ação de graças ao Senhor exige que desenvolvamos o dom recebido. A fé é a resposta que o coração humano naturalmente anseia encontrar. No entanto, o dom da fé não exclui a necessidade de utilizar o dom da razão para compreender melhor os mistérios revelados por Deus, de fazê-los compreensíveis e acessíveis ao homem em cada momento histórico. Existe a inteligência da Fé que deve ser, unida à luz da graça, desenvolvida a fim de que cada cristão possa aderir com maior liberdade às verdades reveladas.

Só a partir de uma livre, consciente e renovada adesão à própria fé haverá plena responsabilidade na vivência e testemunho desse dom. É aqui onde dom e resposta, graça divina e liberdade humana devem se dar as mãos para que a fé possa cair em terra fértil, semear e dar frutos em abundância.

Esforcemo-nos por conhecer profundamente a fé que professamos. Criemos grupos de estudos e reflexão, estudemos nossa história.

Possuímos um instrumento maravilhosamente privilegiado para esta finalidade: o Catecismo da Igreja Católica, que se apresenta também no formato de compêndio e no formato para jovens, o YouCat, lançado na Jornada Mundial da Juventude em Madri. Todos são fontes riquíssimas para alimentar nossa alma e nossa inteligência. Temos também o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, os documentos do Concilio Vaticano II, as encíclicas papais e, acima de tudo, a Sagrada Escritura.
  Utilizemos as ferramentas que a sociedade moderna nos oferece para nos atualizarmos, conhecermo-nos e encontrarmo-nos. É louvável a iniciativa de diversos grupos de jovens que, na impossibilidade de encontrar-se fisicamente com frequência, utilizam os bate-papos, os grupos que as diversas mídias sociais oferecem. Desejo, vivamente, que estes grupos se multipliquem. É importante que estejam guiados por uma pessoa ou que tenham um moderador ou consultor com conhecimentos filosóficos e teológicos, que iluminem e ajudem a entender melhor a própria fé.

Pelo batismo, somos, desde já, cidadãos do Céu, mas devemos ser conscientes dessa tão alta dignidade. Não devemos nos acanhar diante dos desafios que o mundo apresenta. A Igreja não possui apenas dois mil anos de história, mas ela e, consequentemente cada um de nós que estamos em comunhão com a Igreja, possuímos a assistência do Logos Divino, da sabedoria eterna, que nos é dada através dos dons do Espírito Santo. Não devemos ter medo de dialogar com o mundo contemporâneo. É nossa missão evangelizar a cultura. Como afirma Bento XVI, "a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade."(Porta Fidei, n. 12). Sejamos os promotores da Verdade na caridade, e da caridade na Verdade.


c. No Ano da Fé é importante proclamar

Bento XVI, com muita sabedoria, alerta que muitos cristãos sentem "maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária." (Porta Fidei,2) Diante dos desafios que nos apresentam a sociedade secularizada, nossa primeira reação é lançar-nos a fazer algo. Desejamos, justificadamente, e nos esforçamos, com boas intenções, por unir pessoas, grupos e entidades para combater aquilo que consideramos como nocivo ao cristianismo e à humanidade.

Considero importantes todas as iniciativas que visam promover nossa fé e incidir positivamente na sociedade e que contenham o avanço do mal que se alastra em nossa cultura. Mas, o que seriam dessas iniciativas de luta e de força, de combate e embate sem a fé? Não vejo os primeiros cristãos se conjurando para dominar as instituições através da força e do poder. A ação mais importante e fecunda de nossos primeiros irmãos foi, a partir de experiência que nasce do encontro pessoal com Cristo, testemunhar com a própria vida que Deus existe. Os pagãos se sentiam atraídos pela beleza da fé católica e pela caridade com que viviam os primeiros cristãos, e chegavam a exclamar: “Vede como se amam” (Tertuliano, Apol.,39).

É na caridade, na alegria, no entusiasmo e na felicidade da vivência de nossa fé que iremos permear o mundo da esperança e do amor cristão. É no respeito, no diálogo aberto, sincero e inteligente que construiremos pontes entre a Fé e o mundo contemporâneo. Já existem muitos muros!

Aprendamos a difícil arte de escutar, entender, compreender e defender sem medo nossa fé, com serenidade e respeito.

A evangelização e nossas ações sociais só produzirão efeito a partir do momento em que cada cristão tiver um encontro pessoal com Cristo.

Nossa fé não é fruto de uma decisão, mas de um encontro, e só a partir desse encontro nossa evangelização será uma luz que atrai por sua beleza divina.

Onde se realiza esse encontro? Não se é cristão sozinho. O ser humano é um ser social por natureza. É na comunidade de fé e na Igreja, como custódia dos sacramentos de Cristo, que encontraremos, renovaremos e promoveremos nossa fé. Só podemos nos dizer plenamente cristãos se encontrarmos nossos irmãos na oração, na eucaristia e na reconciliação.

Sem comunidade não há família cristã. É através do mistério do Corpo Místico de Cristo onde toda a Igreja se encontra. É na liturgia e nos sacramentos que toda ação tem sentido. "Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos." (Porta Fidei, n.11)

É na vivência comunitária de nossa Fé que encontramos o amor de Cristo. «Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5, 14). Sua Santidade afirma que “é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19).” (Porta Fidei, n.7)

O amor de Deus cria! A palavra criação possui a mesma raiz grega da palavra poesia “poietés”. Assim, Deus é o verdadeiro poeta e nós somos um poema de Deus.  Por isso, é impossível não ficar admirando, contemplando o sol que nasce no horizonte, ou a lua cheia que cresce por trás dos montes. A natureza são versos divinos que nos remetem a Deus. Aqui, em nossa cidade maravilhosa, temos o momento e local para aplaudir o pôr do sol. No entanto, afirmo que não há maior milagre e poesia mais bela do que o olhar e o sorriso de um cristão que vive no mundo com coerência, simplicidade e entusiasmo a sua fé.

O católico tocado pela fé é uma das provas e evidências mais fortes da existência de Deus. Quando conheço um cristão coerente, vejo um milagre da criação. Vejo Deus na Terra e percebo que não há trevas que possam invadir um mundo dominado pela luz da fé, pelo sal do testemunho e pelo bálsamo da caridade. Em cada um de nós, de certo modo, se realizam de maneira plena as palavras de Cristo: “Eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos (Mt 28,20).

Peçamos a Nosso Senhor Jesus Cristo a graça de viver nossa fé com toda nossa alma, com todo nosso coração e com todo nosso entendimento. Só assim seremos o que temos de ser e transformaremos o mundo. Só em Cristo, por Cristo e com Cristo conseguiremos transmitir os tesouros de nossa fé e incidir positiva e efetivamente na sociedade. Não tenhamos medo de falar daquilo que preenche nosso coração; não tenhamos medo de falar d'Aquele que dá um sentido último às nossas vidas. Subamos nos telhados e nos preparemos para anunciar com amor que o Amor existe, se fez carne e habita em nós e está entre nós.

Preparemo-nos, através da oração, da adoração, da eucaristia, da reconciliação e da missão pessoal e comunitária para o Ano da Fé, que coincidirá, para o nosso júbilo, com a preparação e a realização da JMJ Rio 2013!